7 de outubro de 2013

A Criança que eu não fui... (Lindo demais! Recebi e compartilho!)

A criança que eu não fui aflora agora, após quase meio século de vida.

Eu acreditei que pudesse abafá-la para todo o sempre e nunca levei a sério todos os seus veementes apelos para ressurgir e manifestar-se.

Ocorre que ultimamente ando esbarrando nela a todo instante, do jeitinho que a deixei há quarenta e tantos anos atrás: extremamente tímida, sobressaltada, sem defesas para um mundo que lhe parecia por demais hostil e complicado.

De família numerosa, meus assoberbados pais não tinham tempo para entender a minha interna tragédia, tampouco para resgatarem-me dos dramas que a minha criança resolveu sozinha e resolveu completamente errado.

Incorporei todos os rótulos que me deram nas minhas primeiras tentativas de convivência entre os humanos: desajeitada, limitada, mela-festa, esquisita.

Então a minha criança entendeu que para merecer fazer parte da vida e receber um mínimo de carinho e aceitação, era preciso fazer coisas heróicas e grandiosas.

Em cima desta idéia pautei toda a minha existência.

Tenho que dar um salto aqui - não interessa narrar os meus grandiosos e heróicos feitos - mas é preciso ressaltar sim, os desumanos sacrifícios despendidos nesta empreitada e para onde eles me levaram: depressões profundas e síndrome do pânico cujas sequelas ainda hoje se fazem sentir.

As vezes me pergunto porque o "Supremo" não intercedeu por mim naquela época, mandando-me uma angélica criatura para lembrar-me que nada daquilo era preciso e que a despeito das minhas esquisitices, eu era merecedora de amor respeito e aceitação?

Esta narrativa fica pela metade, pois só agora começo a dar-me conta do tamanho e da gravidade do equívoco.
Só agora estou disposta a romper a muralha de aço entre o meu eu adulto (e mal resolvido) e aquela criança que não me permiti ser e que agora explode à minha revelia, não aceitando mais o porão escuro onde a trancafiei por tantos anos.

Espero que haja tempo para resgatá-la e deixá-la ser feliz pela primeira vez na vida, sem que nada ela tenha que fazer de sobre-humano, de heróico ou grandioso, de notório ou relevante.
Perdoa-me, minha criança!
Eu joguei duro demais com você por ignorância.
Liberto-a agora!
Esteja feliz!
Esteja em paz!






Desconheço o autor.


10 comentários:

  1. Texto maravilhoso! Vamos liberar a criança que há dentro de nós!!!
    Beijinhos...

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    1. Obrigada,Zizi.

      Temos que liberar para sermos felizes.


      Beijinhos


      Dryka

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  2. Linda História

    Quantos de nós não teve seu "tempo de criancisse "..quantos, foram obrigados a "crescer rápido"

    Gostei de ler

    Beijos

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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    1. Obrigada,Cidália.

      O texto e para refletir mesmo.

      Beijinhos

      Dryka

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  3. Adorei o texto, vc não sabe quem escreveu?

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    1. Oi,Rose. Não sei quem escreveu.Recebi por email.Se sabe,comente com o nome para que eu dê os créditos.

      Fui no seu blog,amei e já a sigo.Se gostar do meu,siga_me também e comente qdo fizer isso,ok?
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      Beijinhos e linda semana

      Dryka


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  4. Olá querida Dryka, boa tarde!
    Minha amiga que lindo isso, me identifiquei tanto com esse texto. Quantos de nós somos obrigados a reprimir por algum motivo, a criança que existi dentro de cada um. Mas as consequências são desastrosas e danosas, reverter o erro custa muito tempo e paciência. O importante é acordarmos sempre com a criança nossa de cada dia e não deixa-la mais fugir...A D O R E I ! Parabéns pela linda escolha do post.
    Beijos com muito carinho e tenha uma linda e doce semana.
    Marilene

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    1. Obrigada,Marlene.

      Há muito não recebia sua visita.


      Esse texto é muito lindo mesmo.

      E várias pessoas se identificaram com ele.

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      Beijinhos e linda semana

      Dryka


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  5. A criança que você não foi
    Mas com certeza foi criança
    Da lembrança traumatizada,oi
    Não perdeu a fé e esperança
    De uma época passada
    Se recorda com tristeza
    Hoje, ainda magoada!

    Uma história, um tanto ou quanto triste
    Espero que tenha sido só imaginação sua.

    Boa noite, um beijo para você,
    amiga Adriana Dryka.
    Eduardo.

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    Respostas
    1. Obrigada,Edu.

      Muito linda,mas triste essa história.

      Verdadeira na época .

      Beijinhos e linda noite.

      Chame_me somente de Dryka.




      Leve meu selinho de 100 seguidores para seu blog,amigo.
      Beijinhos e linda noite


      Dryka

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